Planeta Animal

segunda-feira, 25 de agosto de 2008


O Inhambu-guaçu


O Inhambu-guaçu (Crypturellus obsoletus) é um tinamídeo florestal, habitando a floresta atlântica no Brasil, em praticamente todos os níveis de altitude, sendo sua presença mais marcante, acima dos 400 m. Na América do Sul ocorrem algumas subespécies. Mede entre 28 e 32 cm. Alimenta-se de sementes, pequenos frutos, insetos e vermes. Ocorre nos estados brasileiros de Espírito Santo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul além de outros países da América do Sul.


É encontrado na mata primitiva e secundária, nos trechos de vegetação densa e sub-bosque. Possui vocalização em escala ascendente fortíssima, sendo a vocalização da fêmea mais longa que a do macho. É uma ave cinegética.


Acasala de setembro a dezembro. Seu ninho no solo é muito pouco elaborado, constituído de algumas folhas sêcas, sob alguma folhagem ou ao lado de algum tronco; e sua postura consiste em 2 a 3 ovos de coloração rosa-púrpura, incubados num período médio de 19 dias.


Apresenta camuflagem eficiente, em tons de marrom-acinzentado, com desenho críptico nas penas traseiras (rectrizes). A coloração da fêmea tende a uma tonalidade mais avermelhada. Possui rápido vôo de fuga.


A raça geográfica Crypturellus obsoletus griseiventris, também chamado de inhambu-poca-taquara (foto superior à direita), ocorre no Brasil na região Amazônica; apresentando poucas diferenças quanto ao colorido geral; notadamente o ventre e cabeça mais acinzentados e bico pouco mais longo. Mas de vocalização bem diferenciada, lembrando vagamente a da espécie C. o. obsoletus, do Sudeste e Sul do Brasil; essa ocorrendo até o Sul do Estado da Bahia, já na região Nordeste.


Nessas duas regiões do Brasil, dada à grande redução das áreas da Mata Atlântica primária, sendo substituida por Mata Atlântica secundária ou plantações de Pinus e Eucalyptus; e por haver nessas, capoeiras ou sub-bosques de mata nativa, o inhambu-guaçu apresentou um grande crescimento populacional devido à maior oferta de habitat favorável. Em detrimento por sua vez, de outro tinamídeo como o macuco (Tinamus solitarius), o qual ocorre exclusivamente na Mata Atlântica primária.